quinta-feira, 27 de junho de 2013

Do mal ao pior

Se fosse um dos meus vizinhos até ficava na dúvida qual o motivo pelo qual me odiar mais:

Se o gato a miar estilo sirene de bombeiros todos os dias às 6h da manhã...

Ou eu a lavar as fossas nasais, de um nariz com septo nasal torto (logo a passagem de ar faz vibração e uns sons amplificados) às 2h da manhã para conseguir adormecer sem me esquecer de respirar... 






quarta-feira, 26 de junho de 2013

Saloia vs Norte - Os palavrões

Confesso que 6 anos depois já me saem asneiras com alguma naturalidade.
Mas em contexto informal ouve-se e acaba por se dizer algumas asneiras e já nem me choca, já não ligo, faz parte. Norte que é norte tem uma bela cara***da.

No entanto, quando a coisa sai a meio de uma entrevista a um senhor com um cargo público, a minha cara deve parecer um belo de um agrião saloio...

Há umas semanas, a entrevistar uma pessoa (chamemos-lhe assim) e vai de o questionar sobre a vida educativa naquela área e diz a pessoa:

"Essa merda?! Essa merda fode-me o orçamento todo!"

...

Oh não - pensei eu - ele não disse isto. Afinal disse, mesmo, ahahahahahaha, ups, ri, mas mentalmente, desliguei do que ele estava a dizer concentrei-me para não rir.

A estupidez de rir de uma asneira era grande, ia parecer uma tolinha, uma criança, mas no fundo eu iria rir só por ser saloia.

Quando volto a ligar o cérebro para a conversa (que felizmente estava a gravar e escangalhei-me a rir mais tarde ao passar a escrito) oiço um:

"O Caralho do autocarro é a mesma merda, só me leva dinheiro!"



Coisas que a sul podem acontecer, mas com muito menos frequência, com menos intensidade e a acontecer seria numca conversa acesa, não numa mesa de café a falar de assuntos super pacíficos.


O norte no seu melhor!

sexta-feira, 21 de junho de 2013

O Equilíbrio

Experimenta colocar-te de pé, levanta um dos pés, repara no teu equilíbrio. Agora, mantendo apenas um pé no chão, fecha os olhos!

Muda tudo!

O equilíbrio mental é fundamental, se a mente está a oscilar o teu corpo oscila, é inevitável, aprendi isto no yôga e é assim em tudo na vida. O equilíbrio é a peça-chave, eu diria mesmo a chave-mestra que nos abre as portas, uma a uma.

Acho mesmo que ter equilíbrio é a maior das vitórias da vida.

Podia ser ter força, ter capacidade de encaixe, ter esperança, ter sonhos, ter persistência, ter inteligência, mas nada disto vale o que realmente vale se não houver equilíbrio.

E ao olhar para tudo, mas tudo mesmo, a minha grande vitória, o meu lugar no pódio, a minha medalha de honra é apesar de tudo manter um certo equilíbrio.

Porque há murros que a vida nos dá que nos tiram da rota, nos fazem tremer, sair de cena até, quase que tombar... mas com habilidade, e mantendo o tal equilíbrio, é possível voltar ao combate. O mal é ir ao tapete... 5...4...3...2...1... Knot Out! ;)

Porque a minha grande vitória não é ter sobrevivido a umas belas tareias em criança, não foi ver o que nenhuma criança deve ver em casa, ouvir o que nunca deve ouvir, não foi o ter de cozinhar com apenas 10 anos, não foi fazer 5 km a pé para ir para a escola, quando andava apenas na 3ª classe, não foi tão pouco superar uma queimadura grave sem marcas, ou uma facada num dedo, não foi ter a coragem de dizer "esta vida não!" com apenas 12 anos e "fugir" para casa do meu herói (pai), não foi ter terminado 17 anos de escola sem nenhuma negativa, sem ter chumbado, sem ter ficado para trás, não foi ter tirado o curso dos meus sonhos, não foi ter deixado a minha vida toda para trás por amor, não foi ter deixado família, amigos e emprego para descobrir toda uma vida nova longe da terra saloia, e onde se fala outra língua (estrugido??? for god sake :P), não foi ter trabalhado em sítios que odiei, não foi ter montado um negócio e ter a humildade de o "destruir", não foi ter conseguido recompor-me dessa queda, não foi ter tido a força de nunca deixar de sorrir, de nunca desistir, de nunca me esconder, de ter estado sempre na linha da frente a dar o corpo pelas balas como se nada fosse, e era, ai se era, foi e será a maior das durezas viver com certos pesos, fantasmas, culpas e remorsos...

A maior vitória não foi reerguer-me das cinzas, sem ninguém ver o quão queimada eu estava, não foi construir uma carreira do zero, conseguir com trabalhos gratuitos ou mal pagos entrar no meio, até a sorte me sorrir, agarrar a oportunidade e entrar com tudo, não foi ter conquistado o carinho de um concelho inteiro, não foi ter o respeito, amizade e admiração de TODOS os que me rodeiam (à excepção dos que deixaram de rodear), não foi ter estado um ano a viver em banho-maria, nao foi ter passado 3 meses a chorar de manhã à noite a pensar que era o fim, não foi ter dado outra oportunidade a algo que viria a fracassar meses depois, não foi sobreviver ao fracasso, não foi mesmo fingir que tudo estava bem, mentir às famílias e aos amigos, não foi chegar perto do limite e ter de reagir antes de não conseguir agir.



A minha maior vitória é sem dúvida passar por isto tudo e estar aqui, de pé, em equilíbrio, continuar a ser ponderada, a ser sensata, a ter lucidez, a ter distanciamento de decidir o que devo decidir e quando o devo, ter o equilíbrio de não desmoronar, de não quebrar apesar de vergar, ter o equilíbrio de ser quem sou, quem me tornei, de fazer o bem, de valorizar o bom e de rir, rir muito, rir de mim rir do outro, rir de tudo... é mesmo assim ter vontade de dar cabo do destino e mostrar-lhe com quanta fibra se faz uma saloia.

A minha maior vitória é manter o equilíbrio mental, nem sei bem como!


quinta-feira, 20 de junho de 2013

Nota mental

Não mudar a areia do gato depois de almoçar...


Isto porque ele anda pior que uma arma nuclear, poderoso naquele aroma!

sábado, 8 de junho de 2013

Diário de um Vómito

Quando fui tia pela primeira vez a minha sobrinha passava a vida a bolsar, bolsava o leite, a papa e depois a sopa... era um cenário dantesco, saía-lhe verde da sopa pelo nariz em rajada, a papa saltava e quase que atingia os 50 metros barreiras, aquilo era demais.

Um dia em família, quando a minha sobrinha já não expulsava a comida com aquele horror, comentava-se aquilo num almoço de domingo: bolsa, daqui, vomita dali, impressionante, nunca se viu nada assim e diz o meu pai: "Na... para vomitar era a minha mais nova, nunca vi nada assim, porra!"

O desabafo foi feito em modo fofinho de pai que viajava 30 km e eu vomitava, de quem me proibia tristemente de ingerir qualquer sólido ou líquido até chegar ao destino, se fossem três horas eram três horas sem comer... Pois bem, não adiantava de nada...

Com comprimidos, sem comer, com truques de ir descalça, de ir à frente... em 30 ou em 300 km, eu vomitava assim que o meu corpo sentia movimento num carro.

As viagens eram sempre uma animação, para mim um tortura, chorava de vomitar, de enjoada, passava a vida a chorar... a família levava rolos de papel higiénico, sacos de plástico e ainda me lembro a minha madrasta andar sempre com uma muda de roupa de reserva para mim, iam buscar-me a casa da minha mãe e lá trazia ela a roupa (ao jeito dela, com aquele cheirinho e aquela suavidade que ainda hoje tento imitar na minha casa).

Isto a viver com a mãe a 130km do pai... era espetacular! E ter um pai que adora passear e mostrar-nos o país, e ir de férias... era sempre a lançar por essa berma fora.

Hoje admiro o heroísmo dele de nunca ter desistido de nos levar a viajar... Nem sei como o meu irmão não se vomitava todo só de me ver ou cheirar, outro herói!


Ainda hoje não passo mais de 3 meses sem expulsar o demo pela boca. é impressionante, volta e meia tungas... enjoos, mau estar e zás, deita cá pra fora.

Seja pela comida, seja por momentos de maior stress, seja por força do demónio... não tenho nenhum problema no estômago, mas ele gosta de expulsar cenas. 

E pronto, estou num desses momentos e lembrei-me de partilhar que: a vomitar desde mil nove e oitenta e três, em grande estilo.

(Agora como não tenho a minha madrasta ou o meu pai para me segurar no cabelo, prendo-o assim que pressinto que posso ir lançar o barco)

Eu sei, este post está um nojo, aguentem que eu também me aguento em toda uma vida em modo vomitado! 

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Ser super-pessoa

A vossa Saloia não está deprimida (oh, gostávamos mesmo de ver a gaja encharcada em prozacs e a falar enrolado, já que pelo álcool ela não vai lá), não estou, mas ando numa fase filosófica de auto-análise.

Quando procedemos a alguma alteração na vida, pelo menos eu sou assim, parece que temos uma película na mente, o filme passa, rebobina, volta a passar ora em câmara lenta ora a alta velocidade, mas revejo cada pormenor, cada acontecimento, cada conversa, cada sinal...

Não é masoquismo, nem quero penitenciar-me, mas quero ter a certeza que some as vezes que somar, o resultado desta conta será sempre o mesmo... Baralhe as vezes que baralhar e volte a dar pela ordem que for, as cartas serão sempre as mesmas.

Para ter a certeza que não me arrependo, que não me percipitei, que estou melhor e que não vale a pena olhar para trás com saudade.

Começo por isso a confessar o que se passa a algumas pessoas que me rodeiam e o comentário, principalmente se vier do meu mundo profissional vem sempre com grande choque, admiração e segue-se com uma hiper valorização da minha pessoa. Isto porque as pessoas que trabalham comigo e ou lidam comigo em trabalho vêem o meu melhor, o meu pior, o meu tudo.

Pois, eu em trabalho lido com amigos verdadeiros, lido com situações de stress, de momentos de chorar de rir sem poder rir, momentos de mandar meio mundo ir apanhar urtigas e metê-las nas cuecas e continuar a sorrir, momentos de tomar um café descontraído, beber uma cola, dançar um pouco, falar mal de pessoas, falar bem de outras, de analisar a actualidade, o que nos rodeia, falar de nós... Começo a achar que em trabalho sou o mais completa que existe, porque adoro o que faço, porque sou genuína, porque mesmo louca, disfarço alguma demência mas assumo que sou como sou.

É claro que uso uma máscara, aprendi a usá-la mas sempre relativamente a sentimentos, não no carácter, para fora não transpareço o que sinto, o que estou a viver, seja euforia ou tristeza que me assola.

Sem reflectir os meus sentimentos, reflicto-me muito enquanto mulher, enquanto profissional, enquanto cidadã, enquanto PESSOA. E o balanço é positivo.

Eu olho para o espelho e gosto do que vejo (não falo do aspecto físico), gosto daquilo que me tornei como pessoa, gosto do meu carácter, da minha determinação, do meu optimismo desmesurado, da minha força, da minha bondade, da minha fragilidade ao mesmo tempo, da minha inteligência, prespicácia, da minha cultura, da minha educação, dos meus valores, em suma, não sou perfeita, mas gosto do ser humano que me tornei... Gosto mais de saber que podia ser o oposto, fruto de uma infância bem tramada, mas não, no meio de uma vida de espinhos consegui o meu equilíbrio.
E gosto de ser vista assim por quem me rodeia... Os meus irmãos vêem-me assim, os meus amigos vêem-me assim e dizem que eu sou super, que faço tudo, que posso tudo.



Sou super e isso chega-me... Não tem que chegar a mais ninguém ;)


quinta-feira, 6 de junho de 2013

Identificações Facebookianas #2

Só me apetece começar este post com uma brutal asneirada, esquecendo que sou saloia e assumindo os comandos à norte!!!

Mas controlei-me.

Há gente tão estúpida que devia ser brindado com um picador de gelo nos dedos cada vez que pensa em identificar-me em fotos de merda!!!!!

Todos os dias sou identificada em fotos de nascer do sol, em chávenas de café, em solzinhos a sorrir, e pior, em fronhas, medonhas que não são a que o meu paizinho me deu.

Assumir a minha feiura ou belezura está implícito ao ter uma conta de facebook, agora assumir o espinhame da fronha de outrem, que identifica 50 pessoa num só focinho, o seu próprio e que ainda por cima nem é dos mais exemplares... deixa-me furiosa.

Estou a dois passos de seguir o exemplo da minha amiga C e desatar a bloquear esta gente!!!

Se for identificação em publicidade fico podre, querem publicidade gratuita às minhas custas? Não me parece. Agora identificações da piça, em sítios onde não estou nem vou estar, pessoas que não me dizem muito e assunto que nada me dizem dá-me uma vontade de acrescentar uma aplicação ao Windows... o chapadão online!!!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Falhei e agora?

À amizade o seu verdadeiro tributo!
Porque quando o barco afunda a diferença está nos que viram as costas, nos que te empurram ao fundo e nos que nos dão a mão, as duas mãos, mergulham por nós, se molham e ainda nos cedem a sua toalha! 
Aos que estão sempre aqui, a quem liga porque sim, a quem pergunta "estás bem", a quem arranja um espaço na mesa para eu ser da família, a quem bate à porta a trazer um sorriso (e uma massagem quando não me consigo mexer), a quem me faz ir às lágrimas de tanto rir, quando há quem deseje que eu chore de tristeza! 
Aos que ajudam como podem, os que me dão a mão, um doce, o ombro ou apenas o sorriso... A esses devo esta força, esta vontade de rir, de continuar e de vencer! 

A vida é feita de fases, umas boas e outras nem tanto, esta é uma das lixadas, a cabeça a mil, meses a pensar numa solução, o medo de mudar, o medo de não mudar.

Mas mudei, porque a tristeza e apatia de viver mais um ano que fosse da mesma forma arrancava-me a cada dia que passava meio litro de sangue, com medo de secar... tive que agir.

No entanto, ao agir, agi já a secar,é raro o momento em que me escorre uma lágrima pelo rosto (e ainda bem que me maquilho todos os dias e andar tipo palhaço pobre, não se me condiz com a minha fugura :P ), falo do assunto com frieza, ou nem falo, agradeço aos que me rodeiam verdadeiramente não me pressionarem, ajudam-me a superar a cada dia mais este falhanço da vida.
Isto vindo de uma pessoa que chorava todos os dias em qualquer ocasião é estranho, simplesmente não conseguir chorar... Sinto que a vida me secou, me arrefeceu, me deixou ausente de mim mesma, da vida e das expectativas.
Sinto que não tenho grandes projectos, sinto que não vale a pena projectar, sinto que não sinto mais nada... sinto que falhei.

Pois é falhei... mais uma vez a sensação é que não segui o melhor caminho, continuo com a sensação que não sei tomar decisões na vida... Mas de uma coisa eu tenho a certeza: eu tomo-as, e não fico à espera que a vida me empurre, não me escondo, nunca coloquei a cabeça na areia, nem empurrei os problemas com a barriga...

Mas isto tudo tem um preço, o peso da consciência, o peso da desconfiança, o peso do medo, o peso da solidão do meio da multidão.

No conforto da minha nova casa sinto paz... deixei de ser a muleta que dava jeito, deixei de viver as obrigações que não eram mais as minhas e que me matavam aos poucos, cumprir calendário? Eu não sou um clube da liga amadora, lamento.

Na memória ficam as coisas boas, que foram muitas e seria ingrata se dissesse o contrário, mas também fica a frieza do fim, o desprezo, a sensação de ocupar o último lugar da lista... Isto não se esquece.


Por fim... fica o silêncio de quem me vê pelas costas e nem uma palavra de apreço, de conforto, de amizade. No fundo... eu sou e serei sempre a culpada aos olhos que quem não quer ver a realidade.

Mas só assumo a culpa de não me acomodar a uma vida que não era para mim.

De coração vazio... enche-me a alma o calor dos amigos!