quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Desfilar a saloice em Milão #2

Numa ida super low cost, eu e a minha amiga S. (a minha companhia das férias de verão) fomos até Milano.
Era uma das cidades que ela tinha curiosidade em conhecer, eu como conheço pouca coisa, alinho em tudo, quero é ter a oportunidade de ver coisas diferentes, conhecer outras culturas e paisagens.
Mas confesso que nos desiludimos um bocadinho, está visto, pronto.
Em resumo: Partíamos do Porto pelas 13h05, fomos cedo, almoçámos lá e o avião atrasa uma hora... nós ainda ficámos antes da porta de embarque, nós e meia dúzia, o resto das pessoas esteve uma hora ao sol... Tau!
Como fomos das últimas, entrámos no avião e lugares... pois haver havia um aqui outro ali, mas o pior era o sítio para as malas... népia.
Eu como sabia que ia de Low cost, apenas uma mala, só e apenas uma com 10 kgs, comprei um cadeado (aqui aloquete) no chinês, que ao abrir se desmonta todo, de uma segurança espetacular. Mas como a mala iria comigo no avião, achei piada... até ao momento em que o comissário de bordo nos pede as malas e o bilhetes e diz: vai para o porão, mas não paga nada.
Eu queria morrer, estava-me basicamente a cagar para o ter de pagar ou não, o meu pânico foi, a minha mala vai para o porão com este cadeado de merda e sem ter feito check in ou seguro de bagagem. Eu tenho em querer que durante três horas o meu coração não bateu, piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii.
Enfim, fomos separadas e eu no meio de dois italianos, um deles queria converseta, expliquei-lhe que o meu italiano se limitava a saber dizer pasta, spaguetti e expresso. Então fomos três horas na conversa em inglês, o senhor quis saber coisas sobre Portugal, recomendou-me locais a visitar e disse, que Milão se via bem num dia (confirma-se) e que teria de ir a Veneza (espero bem que sim).
Às tantas, e com o pescoço todo torto já de estar há horas a olhar para o senhor à minha esquerda, reparo num reboliço no avião e não encontro a S. Não é que a senhora ao lado dela panicou? Chamaram um médico ou enfermeiro a bordo, lá foi um senhor e a minha amiga, teve que sair do lugar dela, ganhou uma ida na primeira fila, que é como quem diz a 1ª classe do low cost.
A minha mala foi a primeira a sair e eu até corri de alegria, senti mesmo o mundo a ficar em câmara lenta e eu a correr feliz direito ao local onde tinha cuecas lavadas e a escova de dentes.
Depois de alguns minutos que pareceram horas de angústia a mala dela também surgiu, enquanto isso eu tentava tranquilizá-la "opá, eu empresto-te cuecas que trouxe a dobrar". :D Eu sei sou a melhor amiga do mundo.
Fomos comer qualquer coisita, uma sandes de presunto com queijo, 4 euros e 90. Pega lá!  Presunto salgado para xuxu, chegámos ao hostel (depois de autocarro até Milão, de autocarro até à zona do hostel e de andar à procura dele), que não é nada mais nada menos que um quarto andar de um prédio.
Escolhemos um quarto duplo, mas com casa de banho partilhada, qual é o nosso espanto de ver uma cabine de duche dentro do quarto, ali aos pés da cama... coisa linda!!! 
Sanita é que era a partilhar, pelo menos o banhinho e o lavatório era só nosso.
No dia seguinte, lá nos fizemos ao caminho, sempre a pé, visitámos o Duomo, as Galerias Vittorio Emanuele II, o Scalla, o mercado medieval, o Castelo Sforzesco, o Cemitério Monumental de Milão, a zona de Navigli (bela desilusão), tudo feitinho num dia. 
Sentimos medo, em algumas zonas, há muita gente a abordar a tentar vender coisas, a pedir ou até mesmo a dar-te milho para as mãos, numa tentativa de as ocupar para depois "atacar", não gostei dessa parte, de sentir medo.
Depois a cidade não é limpinha, e os italianos são uns animais na estrada, param no vermelho mas já a meio da passadeira, ou como vi um parou e arrancou logo a seguir, vermelho?? Que é isso? Na autoestrada é razias constantes aos outros carros, às bordas, a tudo e depois têm sempre a mão na buzina. Tudo muito lindo não fosse este fetiche pela gaita ser também noite dentro, achei barulhento, demais.
Achei 50 euros no chão, que nos financiaram a ida ao Lago do Como (o troco foi bem investido igualmente). O George mandou beijinhos, mas não quis tirar fotos, estava com mau feitio, tinha-se-lhe acabado o Vollutto (fantasia pura não vimos o Clooney)! 
A aventura do regresso fica para um próximo relato, dada a riqueza... 


A registar piadas/disparates como: "vou pedir um prego tostatto", ou "tutto bienne?", "buonasera, due cappuccino per favore, in a plastic cup, que é para coiso" (nem comento), "que horrô paréci tudo mendjigo" (ler em brasileiro).




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