quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Carta ao Pai Natal

Não te escrevo desde 1997, lembro-me com clareza, o desafio veio da minha madrasta, eu e o meu irmão alinhámos e correu mesmo bem. Nesse ano pedi-te uns ténis azuis e recebi, pedi mais umas coisas e recebi. 
Recebi porque desejava coisas materiais (baratas) e tenho um pai (que não é Natal) que na altura podia... 
Hoje tudo o que quero não se pode comprar, tu sabes e sabe-o o meu pai que com menor poder de compra, ainda assim não pode fazer muito para me realizar no Natal. A não ser abrir as portas de casa e receber-me com carinho, com os lençóis lavados e cheirosos que só a minha madrasta sabe (e eu também porque aprendi com ela), com paz, com entusiasmo e com aquele colo que só o pai dá. 
Este Natal eu queria que a minha vida começasse a correr bem melhor, continuar a rir muito, como sempre, mas com mais motivos, queria ser reconhecida pela disponibilidade que dou ao meu trabalho (e aqui prende-se com muita coisa, que vai do dinheiro ao respeito), queria poder adormecer sem fantasmas e não ter medo da caixa do correio, ou de certos telefonemas, queria que cada escolha que eu fizesse não terminasse em falhanço, queria desbloquear este repelente que tenho ao dinheiro, queria conseguir confiar e poder baixar a guarda, queria aproveitar o vento na cara, o sol que brilha e os passarinhos a cantar sem medo do "isto parece tão bom que vai correr mal". Em suma, acho que já paguei pelos meus pecados todos e pelos que hei-de cometer, por isso quero uma pausa no azar e que se abram as alas da fortuna...
É isto que eu quero Pai Natal ;)  

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