quarta-feira, 5 de junho de 2013

Falhei e agora?

À amizade o seu verdadeiro tributo!
Porque quando o barco afunda a diferença está nos que viram as costas, nos que te empurram ao fundo e nos que nos dão a mão, as duas mãos, mergulham por nós, se molham e ainda nos cedem a sua toalha! 
Aos que estão sempre aqui, a quem liga porque sim, a quem pergunta "estás bem", a quem arranja um espaço na mesa para eu ser da família, a quem bate à porta a trazer um sorriso (e uma massagem quando não me consigo mexer), a quem me faz ir às lágrimas de tanto rir, quando há quem deseje que eu chore de tristeza! 
Aos que ajudam como podem, os que me dão a mão, um doce, o ombro ou apenas o sorriso... A esses devo esta força, esta vontade de rir, de continuar e de vencer! 

A vida é feita de fases, umas boas e outras nem tanto, esta é uma das lixadas, a cabeça a mil, meses a pensar numa solução, o medo de mudar, o medo de não mudar.

Mas mudei, porque a tristeza e apatia de viver mais um ano que fosse da mesma forma arrancava-me a cada dia que passava meio litro de sangue, com medo de secar... tive que agir.

No entanto, ao agir, agi já a secar,é raro o momento em que me escorre uma lágrima pelo rosto (e ainda bem que me maquilho todos os dias e andar tipo palhaço pobre, não se me condiz com a minha fugura :P ), falo do assunto com frieza, ou nem falo, agradeço aos que me rodeiam verdadeiramente não me pressionarem, ajudam-me a superar a cada dia mais este falhanço da vida.
Isto vindo de uma pessoa que chorava todos os dias em qualquer ocasião é estranho, simplesmente não conseguir chorar... Sinto que a vida me secou, me arrefeceu, me deixou ausente de mim mesma, da vida e das expectativas.
Sinto que não tenho grandes projectos, sinto que não vale a pena projectar, sinto que não sinto mais nada... sinto que falhei.

Pois é falhei... mais uma vez a sensação é que não segui o melhor caminho, continuo com a sensação que não sei tomar decisões na vida... Mas de uma coisa eu tenho a certeza: eu tomo-as, e não fico à espera que a vida me empurre, não me escondo, nunca coloquei a cabeça na areia, nem empurrei os problemas com a barriga...

Mas isto tudo tem um preço, o peso da consciência, o peso da desconfiança, o peso do medo, o peso da solidão do meio da multidão.

No conforto da minha nova casa sinto paz... deixei de ser a muleta que dava jeito, deixei de viver as obrigações que não eram mais as minhas e que me matavam aos poucos, cumprir calendário? Eu não sou um clube da liga amadora, lamento.

Na memória ficam as coisas boas, que foram muitas e seria ingrata se dissesse o contrário, mas também fica a frieza do fim, o desprezo, a sensação de ocupar o último lugar da lista... Isto não se esquece.


Por fim... fica o silêncio de quem me vê pelas costas e nem uma palavra de apreço, de conforto, de amizade. No fundo... eu sou e serei sempre a culpada aos olhos que quem não quer ver a realidade.

Mas só assumo a culpa de não me acomodar a uma vida que não era para mim.

De coração vazio... enche-me a alma o calor dos amigos!


4 comentários:

  1. És linda e uma grande mulher :) beijao amiga <3

    ResponderEliminar
  2. Não falhaste em nada, pá! Vá, toca a fazer como o GPS e recalcular o novo trajecto ;)

    ResponderEliminar
  3. Os amigos sempre vão estar contigo ... como sempre estiveram!!! se não rebobina ....
    - uma noite, tu um homem de meio peso e uma gravida de meio metro a arrastar armários durante umas horas que 4 horas faziam em 10 minutos ...
    - uma mudança de casa com um bebé a traz e duas pipas cheias ...
    - uma sessão de massagem com uma criança de 3 meses a ser embalada ao mesmo tempo ...
    - uma tarde de trabalho numa redacção (sala) particular ... ;)

    Estaremos sempre aqui ...

    ResponderEliminar