terça-feira, 23 de julho de 2013

Os casais deste país

Nas férias é engraçado ver o tipo de pessoas que se instala no mesmo sítio que nós, e vamos começando a distingui-los:

Os dos miúdos que tocam harmónica ao almoço (don't even ask), e que quase que nos "cegaram" os ouvidos!!! Fin fin fin fin fin, do melhor... se volto a ouvir harmónica desato ao estalo, avisados!!!

Os que têm uma filha super educada que interagem com a mesma, mas não interagem entre eles. Ela e a miúda ficam na piscina, ele vai para o quarto, com trombas, mas afinal não tinha ido para quarto, disse que ia, mas não foi, foi para o ginásio... Depois à hora da refeição, aquilo era um clima mais tenso que a Faixa de Gaza. Lá no último dia eles voltaram a comunicar, pouco, a medo, mas falavam-se...

Os que têm 20 anos de diferença, ele quer ter filhos, ela não, os espermatozóides dele gritam por um óvulo, antes de perderem a força, mas ela não quer. Fazem questão de discutir isto pela fresca, alto o suficiente para nós ouvirmos, e saem de trombas e em faísca...

Os apaixonados, tão apaixonados que ela passa o dia de bikini, ora dentro de água, ora na espreguiçadeira a tentar apanhar os escassos raios de sol e ele, sempre de t-shirt, boné e à sombra, o casal que não partilha os gostos, em nada, ela lê revistas cor-de-rosa, ele a Visão... Mas que gostam um do outro... Até um dia, olhem "pó que vos digo"!

As solteironas malucas (não éramos nós as duas, eram outras numa versão bem mais alcoolizada), que se embebedam só ao jantar, andam a cambalear pela sala, jantam na esplanada e vêm tomar café dentro do restaurante, aos tombos e à gargalhada... Ok, o pior foi no outro dia de manhã, nós e o resto do povo a pensar: "Olha as malucas!"

Acredito que também nós tivéssemos ganho um rótulo qualquer, as que almoçam na sala e pegam nos cafés e rumam à esplanada, as que passam a tarde na piscina mesmo com um frio do caraças, as que passam a vida a ler, as que se riem muito e por tudo e por nada. As que tossem, assoam-se e não dormem nem deixam dormir toda a noite...

Mas isto para refletir sobre os casais deste país, de costas voltadas, é triste ver que um dia as coisas caem nisso, é triste ver que se é infeliz e que se faz alguém infeliz, é triste perceber que é melhor ir de férias com uma gaja porreira, ou com um casal amigo, como no ano passado, que fazer essa figura de mostrar ao mundo a miséria das quatro paredes.

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