quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Eu não sei

Saberemos nós na realidade o que queremos?
O bicho humano não nasceu para estar sozinho, dizem, e confrontada com a pergunta do: então e agora? o que se segue?
Eu não sei!!! 

Confesso que quero sinceridade acima de tudo, seja de quem for, mas depois quando ela me é dada da pior forma, no pior contexto, na pior altura e quando tudo diz o contrário das palavras ditas, eu agradeço a sinceridade, mas não se esquece a dureza de o ouvir no sítio e momento errado.
Portanto, será que quero mesmo sempre a verdade acima de tudo? Hum...

Friamente digo que quero estar sozinha, mas será que quero mesmo não ter ninguém com quem partilhar um mimo, uma intimidade, um carinho? Ou apenas tenho medo de me envolver, de me apegar?

Não quero ter obrigações para ninguém, não quero lavar cuecas de ninguém, ter a preocupação de fazer o jantar a horas e de seleccionar algo consensual, mas e o cozinhar por gosto, por orgulho para mostrar os dotes e o fazer um doce para poder fazer alguém sorrir, ou simplesmente um pensei em ti e dediquei-te este tempo. Não é bom?
Não sei!

E o arranjar-me todos os dias o melhor que sei e consigo e não ter em casa quem me diga: "uau". Mas e se em vez de um "uau" vem um "vais assim vestida???" ou pior: "não me digas que foste para a rua assim????".

Este é o "lado lunar" da coisa e que me causa calafrios, que me causa anti-corpos e que por isso não quero nem deixo que ninguém se aproxime:
O ouvir críticas constantes ao nariz grande, à celulite, ao rabo pequeno, às mamas que já não estão onde estavam aos 20 anos, às estrias, ao falar alto demais, ao rir demais, ao falar demais, ao dormir demais, simplesmente não é concebível. E prefiro não ter nada, que correr o risco de ter isto, algo que apenas me corta o ego em fatias.

No entanto esta ambiguidade e esta frieza têm afastado algumas pessoas, algumas graças ao senhor, que as leve em paz para a nave de onde saíram e nunca deviam ter aterrado na minha proximidade, outras não sei, nem nunca vou saber... Mas por mais que queira dizer um "sim, vamos jantar", não me sai... A resposta é sempre "ah e tal hoje não dá".
Por mais que me perguntem, "estás em casa?" Sai-me sempre uma desculpa: "estou mas acompanhada", "estou em limpezas, logo ocupada", "estou a escrever um texto importantíssimo e não posso parar", "estou engessada e não consigo abrir a porta", "o gato comeu-me a chave"... qualquer coisa!
No fundo, eu minto-me a mim mesma, impeço-me de me dar e quando dou, não dou tudo, mesmo que queira, não consigo, passo muitas vezes até a ideia errada, que sou uma cabra egoísta e fria.Mas na verdade não é frieza, é medo, é medo de me envolver e ouvir um "sabes tu és mesmo fixolas, mas eu também ando a comer a Maria Joaquina e se encontrares cabelos loiros de 50 cm na minha roupa não te enerves".
Porque os fofinhos e românticos me sufocam e me arrepiam e não me atraem e porque os safados e trastes têm sempre mais piada, mas depois... sabemos que levamos com ele e com uma manada de vacas com quem ele anda!!!

Por isso, fica a minha indecisão: Não sei o que quero, mas sei que não é por aí!!!


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